
Preciso tomar um banho de mar, era o pensamento que não saía da minha cabeça. O ano virou, e eu ainda não dei um mergulho no mar. Minha energia está pesada. Sete e meia da noite. Terça feira. Um calor de matar. Peguei minha bicicleta e fui. Antes de entrar no mar, pedalei do final do Leblon até o Arpoador. E que experiência!
Muita gente no calçadão. Uma multidão. Quanto mais me aproximava de Ipanema, mais gente. O céu ainda claro, com jeito de que ia escurecer estava lindo, o ventinho salgado da orla também. Fora isso, era tudo gente. Muita gente bonita. E feia. Nossa! Bota gente feia!
Os modelitos eram dos mais moderninhos aos mais “ mulher fora de forma só de biquini no calçadão”. Tinham corpos esculturais á mostra e panças também. Nunca vi tanta pança e nessas horas eu sempre penso na pessoa em frente ao espelho, pronta pra sair de casa, só com o shortinho, com a parte de cima do sutiã (em geral, cortininha) e se achando ótima! E o pior: o marido, a mãe, o primo, a melhor amiga, ou seja lá quem for a pessoa que está junto, também achou legal. Não falou nada. E é justamente por isso que o mundo é maravilhoso. Adoro essas pessoas. Mas ainda não cheguei nesse nível de evolução, e sempre coloco minha blusinha por cima.
Eu estava tão abismada com as pessoas, que quase sofri um acidente na ciclovia. Ah! A ciclovia no verão. Uma delicia. Gente correndo ocupando a pista inteira, gente passeando em dupla e nem aí para as bicicletas. Gente cruzando a ciclovia olhando para o céu. Gente que provavelmente nem sabe para que serve a ciclovia e simplesmente resolve bater um papo no meio do caminho. Ciclistas com muita pressa, ciclistas sem pressa nenhuma. Corredores de maratona e amigos da tartaruga. Sempre gente, gente, gente.
E o resultado de tanta gente é sempre um: lixo. Lixo para todos os lados. Garrafas pets, latinhas de cerveja, sacos plásticos de uma variedade infinita jogados pelo chão, livres, voando. E eu, desviando a bicileta de gente e de lixo. Na volta para o Leblon, parecia a volta do trabalho na hora do rush. Tensão. A campainha da minha bicicleta, enferrujada, não me ajudava. Alô! Alô! Ninguém parecia me escutar. Caos total. Estresse. Desvios. Quase acidentes a cada minuto. Verão. Prendi minha bicicleta e saí correndo para o meu mergulho. Ahhhh! Ninguém na água. Sem gente. Que delícia. Uma onda. Mergulho. Bóio. Delícia. Verão. Mas o inverno, quando chega, hein?
esse é muito bom, tuxa.
ResponderExcluire gostei mais da foto assim tb.
bj
É exatamente isso!
ResponderExcluirDe
Que saudade do outono !!!
ResponderExcluirPerfeita a descrição da ciclovia. Carioca que mora longe, morre de saudade disso tudo. Rio é Rio e ponto final!
ResponderExcluir