QUANDO O SANTO BATE

Acho que todo mundo tem um amigo (a) que gostaria de manter mais contato, mas que acaba não encontrando por inúmeras razões: distância, namoros, casamento, trabalhos diferentes e até mesmo preguiça, que costuma ser a campeã.

Esse tipo de amigo é especial e a impressão que dá é de que por mais que a gente fique anos sem vê-los, quando se encontra de novo, aquela mesma pessoa legal que você conheceu está ali, prontinha para ser sempre seu melhor amigo, independente do que tenha se passado na vida dela ou na sua.

Esses são os amigos que já foram próximos e não estão mais tão presentes na nossa vida. Tem também aqueles que nunca foram muito presentes, mas que por alguma razão a gente gosta como se conhecesse desde o jardim de infância, e quando encontra é sempre um motivo para ficar feliz e tentar manter contato, o que nunca acontece. Nesse momento, trocam-se ou atualizam-se telefones, os dois estão certos de que vão ligar, mas nunca ligam.

São essas a pessoas que justificam a expressão: o santo bateu. Mas quem nunca achou que uma pessoa era metida, antipática ou até mesmo brega demais para ser amigo e depois acabou virando uma dessas pessoas imprescindíveis na vida?

A primeira impressão de alguém nem sempre é a que fica, e é bom lembrarmos disso antes de dispensarmos um futuro grande amigo, por puro preconceito.

Quando paro para pensar nos meus amigos mais antigos, percebo que a amizade foi pra frente porque alguém teve que  se empenhar. A preguiça foi vencida, o telefonema foi dado e aí pronto, 10 anos passam voando.

Quanta gente passa na nossa vida? E quantos realmente ficam? A nossa vida é quase um reality show da amizade. Quando se é pequeno os amigos pipocam, mas quanto mais velhos ficamos, a quantidade de amigos vai diminuindo, assim como a falta de tempo.

No momento, não torço para que nenhum dos personagens do meu reality show seja eliminado. Por mim, fica todo mundo até a última temporada.