quarta-feira, 29 de abril de 2009

QUEM É VOCÊ?

Por mais que tentemos ser pessoas sem preconceitos e desprovidas de futilidade, é quase inevitável não controlar nossos pensamentos em relação ao outro. Porque estamos sempre julgando? Será que isso faz parte da natureza do ser humano?

Você está andando na rua, alguém te pede informação. Se é uma moça muito bem vestida, de salto alto, tailler impecável, a primeira dedução é de que ela provavelmente é uma executiva bem sucedida. 

Nosso olho funciona como um scanner, que coloca cada pessoa que nos relacionamos em uma categoria.

Temos mania de julgar aonde quer que a gente esteja. Se uma gostosa da academia gosta de usar um daqueles macaquinhos colantes com um buraco nos dois lados da cintura, ela provavelmente é uma biscateira.

Não vou seguir com os exemplos porque muitos podem parecer preconceituosos. E são. Somos preconceituosos, julgamos o outro muitas vezes no primeiro olhar. Dependendo do uniforme que usam, nem lhe damos a chance de mostrarem quem são.

Esse “instinto natural” que o ser humano possui (ou adquiriu ao longo da evolução?!), certamente explica a atitude de alguns vendedores que não atendem um cliente bem somente pela sua aparência. Explica, mas não justifica.

Tem até aquela lenda urbana do cara que foi comprar um carro ultra caro na concessionária, usando apenas uma regata, bermuda e chinelo. Nenhum vendedor queria atendê-lo, até que um fez a “gentileza” e ele pagou a vista e acabou levando o carro mais caro.

Talvez esse hábito seja algo moderno, ou talvez seja algo antigo. Afinal de contas nossa sociedade está evoluindo, o elevador social pode ser freqüentado por todos, já se pode casar de tênis sem ser uma ofensa e ter tatuagens já não é mais um tabu.

Mas tenho a impressão de que essa mania de julgar tomou proporções tão grandes que, antes de serem julgadas, as pessoas tratam de mostrar rapidamente em que grupo querem ser encaixadas: patricinhas, marombeiros, intelectuais, super cools...

Porque temos que rotular todo mundo, inclusive nós mesmos? Escrevendo isso, pensei na mesma hora naquelas meninas que sem dinheiro suficiente para comprar o rótulo de patricinhas, compram bolsas falsificadas, se matam para comprar um vestido em 12X e mesmo assim acabam sendo rotuladas como “paraíbas que queriam ser patricinhas”

É duro. Mas é verdade. Aqui no Rio, pelo menos, temos a mania de chamar de paraíba a qualquer pessoa que não se encaixe no nosso “padrão de qualidade”, seja ele qual for.

Mas como se veste a pessoa que é bom coração? Ou aquela amiga (o) que vai estar ali para qualquer hora que você precise? Ou até mesmo o melhor funcionário de uma empresa? Um artista plástico pode usar blusa para dentro?

É por isso que eu adoro aqueles filmes de comédia que um personagem é enfeitiçado e começa a ver todas as barangas lindas, porque ele enxerga a beleza interior das pessoas.

Tá certo que esses filmes são preconceito puro, porque o cara sempre termina com uma feia de bom coração.  Mas a lição é sempre boa: Não vamos nos embarangar por dentro...

5 comentários:

  1. oi minha irmã linda!! Olha beta, sinceramente eu acho que aparencia é tudo! Na verdade fizeram um estudo com um recem nascido(por isso livre de qualquer preconceito e influencias) e apresentaram para ele duas fotos. Uma de um velho feio e acabado e outra de uma modelo linda. O nenem ficou admirando a foto da modelo e sorrindo e nem olhava para a foto do "feio".
    Acho que admirar o belo faz parte da própria natureza humana. Aparencia é fundamental, já dizia o poeta, a ponto de trazer beneficios em todos os aspectos de nossa vida. ser bonito é facil. Quando se é bonito é mais facil dizer que o que importa é a beleza interior. Quando se feio, a depressão não permite esse pensamento. Ainda bem que beleza é relativa e cada um tem seu conceito.
    Bjs eduardo- graças a Deus bonito.

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  2. Beta querida
    Adorei o seu texto e concordo com ele, realmente existe muito preconceito com a aprência das pessoas, eu mesma tenho que me policiar toda hora para não entrar nessa de julgar pela "capa".
    Concordo c o Eduardo,"admirar o belo faz parte da própria natureza humana"mas devemos sempre tentar melhor e amar da melhor maneira possível

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  3. querida Beta, antes de mais nada, adoreiiiiiii o blog, o lay out, os textos etc comentar este texto é ser redundante com os demais comentários. Concordo com os dois. Acredito que devemos nos abrir mais, escutar mais o outro, é claro que as aparências nos trazem uma primeira emoção, daí uma paixão, a empatia...os grupos se formam por afinidades (espirituais e interesses diversos) que traduzem um pouco os valores que cada um tem. Claro que a malhadora de macaquinho sexy não necessariamente é a vadia, a de tailler pode ser uma garota de programa, quem sabe? O importante é como vc se relaciona com o mundo!! beijocas mil, Carla

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  4. Acho que na maioria das vezes os esteriótipos correspondem à realidade sim.Provavelmente a mulher bem vestida deve ser uma excutiva e a gostosa de macaquinho colante deve ser uma periguete. Acho que isso acontece nem tanto por preconceito, mas pela necessidade de nos encaixarmos em grupos. Cada tribo acaba tendo seu próprio "uniforme" e assim fica fácil saber quem é quem. Acho que o perigo é julgar as pessoas apenas pela aparência. E se a executiva for uma verdadeira cobra e a periguete tiver um coração enorme?

    bjs

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  5. Andrea de A. Ramos4 de maio de 2009 às 00:55

    Beta, penso que vc levantou uma questao interessante, essa, de estarmos sempre julgando... Na verdade esse vicio vem da necessidade de encaixarmos pessoas e situacoes em experiencias ja vividas. Por outro lado somos herdeiros do racionalismo grego. Precisamos classificar, analisar, julgar, antes de conhecer. Pessimo habito. Toda essa diferenciacao nos impede de observar de forma mais isenta e conhecer, mais verdadeiramente...encarar pessoas e situacoes de uma forma mais holistica, mais inteira. Nos apressamos em tirar conclusoes e tomamos a parte pelo todo. Os estereotipos sao como atalhos e por isso nos servem tao bem. Nos economizam tempo e investimento emocional. E assim vamos descartando pessoas e situacoes e perdendo a oportunidade de nos enriquecer um pouco mais. E ficamos mais pobres de espirito...

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